quinta-feira, 3 de julho de 2014

Noruega 2014

Já a alguns anos que o jornalista e meu querido amigo,António Soares,tem sido meu assíduo companheiro de pesca quer em Portugal mas sobretudo no estrangeiro.

Nos últimos anos temos vindo a  visitar alguns dos rios salmonideos mais mediáticos da Europa.Depois de conhecermos uma parte significativa dos rios da Irlanda,este ano,das várias opções que estavam em cima da mesa, os famosos rios da Noruega eram sem duvida um desafio.


Fazer uma viagem de pesca para um destino desconhecido requer muito planeamento e escolha de locais, mas sobretudo aconselhamento de pescadores experientes que tivessem estado e pescado os rios para que a sua opinião e experiências sirva  de farol para que  não se vá às escuras.

Desde Fevereiro que tinha-mos mantido contactos com pescadores,com blogs activos,sobretudo Dinamarqueses,que nos foram dando dicas para as melhores zonas para aquilo que pretendia-mos. Queríamos sobretudo pescar trutas,tímalos e salvelinos,desvalorizando os salmões e as mariscas.


Eram muitas as zonas em que a nossa escolha poderia recair,contudo era necessário um cuidado adicional(estávamos alertados para isso) porque quase todos os rios estavam ainda no degelo e as eclusões poderiam ser esporádicas,até porque a intenção era pescar sempre que possível à sêca,mas sobretudo muita sorte com o tempo,pois as temperaturas são ainda muitas baixas o que afecta o comportamento dos peixes.

Escolhemos o centro da Noruega numa zona estratégica de montanha proximo da bonita cidade de Tynset com várias opções de pesca num raio de 100km ,onde os vales dos famosos rios Rena,Glomma e Unsetaa  estariam relativamente perto,por outro lado teria-mos um sem fim de lagos,uns mais pequenos e outros de grande dimensão à nossa volta,todos eles carregados de trutas,tímalos e salvelinos.

O planeamento destas viagens passam também pela escolha das moscas que utilizamos para ter algum sucesso,e essas requerem uma grande concentração,estudo e tempo na sua montagem.

Tanto eu como o António nunca compramos moscas para pescar(uma única excepção foi no Corrib(Irlanda) em que o nosso guia insistiu em pescarmos com moscas compradas num determinada loja local...compreende-se...negócio local) levamos sempre o torno e material para eventual eclosão em que a imitação não esteja presente nas nossas caixas(a maior parte das vezes temos a imitação mas não no tamanho e isso faz toda diferença).

Estudamos antecipadamente os rios a que nos propomos pescar,contactamos gentes locais,planeamos a viagem em pormenor,incluindo os limites de velocidade e as regras de transito em cada local que visitamos.
A escolha do alojamento é tão ou mais importante para que se tenha sucesso na estadia e nisso temos tido imensa sorte com as pessoas que temos encontrado.


Sabia-mos de ante mão que estaríamos a visitar o pais com o nível de vida mais elevado e caro da União Europeia(até bem pouco tempo ,Oslo era uma das a cidades mais caras do Mundo) onde a Coroa Norueguesa é uma moeda muito forte e que o seu povo pauta-se pelo conservadorismo nas suas tradições e culturas.Exemplos disso  são a forte restrição às bebidas alcoólicas,bem como a tolerância zero na condução e regras de transito,a obrigatória separação de resíduos domésticos,a proibição de sacos plásticos gratuitos nos comércios....entre muitas outras,que mais tarde darei conta num qualquer post.Para se ter uma ideia do nível de custos dou como exemplo pratico duma simples cerveja de 0.25cl que tem um preço que varia ente os 9€ e os 13€ e não se vende ao virar da esquina,há locais específicos para tal.

Relativamente à pesca,pela avaliação dos 10 dias em permanecemos no pais,e falando só da nossa experiência em local especifico,ela é toda privada inclusive todos  os trocos dos rio e lagos,bem como o acesso aos locais de pesca que terão de ser impreterivelmente respeitados,não podendo o pescador entrar para o rio onde lhe apetecer.

 Não existe guarda florestal apesar destes locais serem de alta montanha e de densas florestas.
As licenças de pesca podem ser adquiridas atravez de sms,e-mail,sites de pesca,nos postos de abastecimento de combustível,ou então junto ao rio.
Esta ultima opção deixou-nos perplexos,pois o sistema é simples;
Junto ás entradas para os  rios existe a informação do local com o mapa e existe também uma caixa,tipo as nossas do correio,em que no seu interior tem um livro de registos e uma esferográfica,onde o pescador pode fazer o respectivo registo de licença e deixar dentro o dinheiro!impensável implementar cá um sistema destes,logo a começar pela provável pilhagem do dinheiro e com fortes probabilidades de destruição da caixa...

A cultura de pesca por estes lados é de tal forma vivida que o pescador tem à sua disposição cabanas junto aos rios com os mais elementares serviços para para uma estadia de vários dias,como por exemplo lenha copos pratos,beliches,cobertores e salamandra....encontramos alguns solitários uns acampados outros com tendas ás costas pelas margens dos rios....