sábado, 22 de junho de 2013

Diário da viagem de pesca à Irlanda 2013 II


Primeiro dia de pesca!

Pescar num local tão carismático teria que obviamente(por muito que se tivesse pesquisado e levado o trabalho de casa feito)passar por contratar um guia,dos muitos que estão à disponibilidade,para nos levar embarcados para os mais manhosos recantos que o lago apresenta.
Depois de no dia anterior termos feito um pequeno reconhecimento no terreno ,mas que não passou dum belo passeio em fim de tarde,finalmente lá partimos com o nosso guia à hora marcada 9,30h. As referências que tinha-mos dele era que seriamos acompanhados pelo melhor e dos mais experientes guias da cidade,pelo que as expectativas eram um pouco altas!

De facto o homem,na casa dos quarenta,era duma disponibilidade enorme e alertou-nos logo para esquecer tudo aquilo que sabíamos em relação ao Fly-fisching  pois iria-mos reaprender tudo de novo tal eram as especificidades deste excêntrico local de pesca.

Apenas as canas e carretos seriam aproveitados,todo o resto teria-mos que comprar ou montar,desde as linhas aos baixos passando pelas moscas.



Para isso tivemos que visitar uma das lojas de artigos de pesca e adquirir aquilo que o nosso guia ia aconselhando passando também pelas próprias moscas de maio(mayfly).Montamos logo aí o material e a surpresa começa logos com os baixos e o tipet  que é composto apenas por cerca de 6 m directos de 0,22 e ao qual   se montam em támden de 3 moscas,duas afogadas e uma seca.Ficamos de boca aberta com a técnica e na duvida se iria funcionar mas nem havia que questionar pois estava-mos com quem sabia.

Perdemos cerca de 2h com estes preparativos e  não havia muito pressa do nosso guia pois ele sabia que a jornada não seria pêra doce.

Sabíamos de ante mão que não seria fácil apanharmos muitas trutas.Os relatos daqueles que estavam a pescar já a dias consecutivos era de ente uma a quatro trutas por jornada e comentavam que estava a sair peixe pequeno.
No dia anterior o nosso guia tinha apanhado quatro.

Os barcos são a motor,já preparados e equipados com bancos para pescar com algum conforto.


 Um casal de Cisnes selvagens com crias veio-nos dar as boas vindas.
Nesta imagem é notório o fundo em pedra do lago.

Lá partimos numa viagem onde chegar ao primeiro pesqueiro não demorou mais de 15 minutos.

Pescar um lago destas dimensões é de se supor que o vento será um forte entrave a quem pratica este tipo de pesca,contudo engane-se quem pensa assim.
A sabedoria do guia faz toda a diferença ao colocar a barco à deriva em termos de favorecer os lançamentos  sem que faça falta grande esforço para lançar a linha acima dos 15m.

Os primeiros lançamentos foram o para adaptação à nova técnica coisa que não demorou muito a habituação.
O maior problema é ter cuidado no lance para não enrolar as moscas pelo que os lançamentos enrolados é a melhor técnica para que isso não acontecesse.

Não demorou mais de 20 minutos para a primeira truta atacar uma das mosca e por sorte tocou-me a mim fazer a estreia.
Não era uma truta grande,na casa dos 35 cm,mas a luta destas trutas é de tal forma que mais parecia uma truta de kilo.

Assim passamos cerca de 2 horas mudando de pesqueiro em pesqueiro sem que mais nenhum ataque surgisse.

Dentro do lago estão várias ilhas,santuário de várias espécies de aves que  que fazem as delicias de quem passa por perto delas.

Foi numa dessa ilhotas que o nosso guia nos levou para almoçar.
Não fazia-mos ideia da intenção dele em nos fazer uma surpresa.Planeava ele,se alguma truta grande saísse, em matá-la e cozinha-la nessa ilha pois dentro do barco tinha uma grelha,pratos e material para fazer um churrasco.
             Contou-nos o nosso guia que nesta ilha,hoje desabitada,viveram em tempos 11 famílias

Comer a truta não foi possível mas um almoço ao ar livre num lugar paradisíaco foi sem duvida um dos melhores momentos das recordações desta viagem.

Durante a estadia nesta ilhota,nas zonas mais abrigadas era possível ver algumas trutas a comer à superfície e nas zonas baixas viam-se grandes quantidades de pequenas trutas!

A parte da tarde não trouxe grandes novidades e mais nenhuma truta atacou apesar de termos mudado constantemente de lugares.
Foi também a altura do dia em que foi possível assistir a várias eclusões de mayfly mas as trutas não estavam decididamente a colaborar.

Por volta das 6 da tarde demos por terminada esta jornada .
O balanço foi positivo apesar de só eu ter apanhado uma truta,mas a experiência de ter pescado este mítico lago  valeu mais duque muitas trutas em lugares já conhecidos.

No dia anterior o nosso guia tinha apanhado quatro.

As várias justificações vinham da boca dos mais experientes a confirmarem que a mayfly ainda não tivera o seu auge e culparem a forte nortada,com ventos gélidos a atrasarem as eclusões da mosca de maio e as trutas recatadas nos fundos não subindo à superfície.

Ficou a vontade de para o ano lá voltar