quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Outros rostos do Gerês XVI


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Num lago privado na Noruega

O velho ditado
 diz que a sorte também se procura!

Depois de três dias intensos a pescar os míticos,Gloma,Unsetta e Rena,chegou o tão esperado dia para pescarmos um típico lago privado no topo duma serra e bem acima dos 1000 m alt..

Na Noruega é muito normal haver lagos e rios privados todos com cabanas com excelentes condições de alojamento,que facilmente albergam várias pessoas com todas as comunidades inclusive energia solar durante  vários dias. 

Esta promessa tinha sido feita pelo proprietário da quinta onde estávamos alojados,que nos disse á nossa chegada nos levaria a pescar este lago.

Seria-mos os primeiros a pescar-lo no ano pois ainda ninguém lá tinha posto a linha,aliás,ele permanece quase todo o ano congelado. 

Chegar lá não seria fácil,parte o percurso seria feito de jipe e uma parte substancial teríamos que a fazer a pé de mochila às costas inclusive com todo o material de pesca, coisa que eu já estou habituado.

Depois de deixarmos o jipe serão mais ou menos 45 minutos de caminhada serra acima.
À chegada tinha-mos a companhia e as boas vindas duma águia Real à sobrevoar a lago com longos voos a rasar a água.

Do alto da serra a vista é deslumbrante,com o horizonte pintado de branco,pois apesar de estamos praticamente em Julho a neve permanecesse ainda nos picos serranos,e a temperatura matinal é ainda baixa.


Sendo  um lugar remoto,este lago está apoiado por uma típica casa em madeira,com todas as comunidades,inclusive energia solar, lenha ,casa de banho e respectivo barco a remos.

A dimensão do lago é considerável,comparado aqui á lagoa cumprida na serra da Estrela,mas não é muito fundo e o seu leito é composto por pedra e densa vegetação aquática.

O silencio é total,apenas os splash´s das trutas o quebram.


A mais duma hora se passara desde que chegamos e adrenalina está no máximo,não sabemos se nos viramos para a montagem do material de pesca ou se nos viramos a contemplar a beleza que nos rodeia!

Tudo pronto,canas,moscas esquisitas,grandes e sem nexo,que tínhamos montado no dia anterior,quase todas com o corpo avermelhado,porque sabíamos que existia lá um insecto especifico de alta montanha com essas características.

Os primeiros lances foram bem no meio do lago e logo o meu companheiro crava a primeira truta que não para de saltar fora da água,mas que depois de alguns minutos rompe sem mais parar rebentando o terminal!era uma boa truta,calculo entre 50 a 60 cm.

Teríamos que mudar de estratégia,montar terminais 0,18 mm para obter resultados,elas eram muito bravas e cheias de energia.

Assim passamos cerca de 3 horas sem que nada subisse,mesmo eu já tendo mudado para o strimer.

O almoço fica na memoria,um tradicional salpicão de Alce um belíssimo queijo acompanhado dum chá de ervas locais.....delicia.


Enquanto almoçávamos,estávamos atentos ao que se passava no lago,e não muito longe  havia umas trutas enorme a comer à superfície.

Regressamos ao lago no maior dos silêncios, com a trutas a continuarem a comer e a estratégia passava por surpreende-las pelo lado onde não fossemos vistos.

Tocou-me a mim o primeiro lance com a tal imitação rude e grande! Não se fizeram de rogadas, logo uma delas atacou com vontade!muita luta e muita linha fora do carreto até que lá se foi, partindo o terminal 0,145mm...mais uma derrota do pescador e uma vitória do peixe, aliás como quase sempre.

Continuamos a bater as margens minuciosamente onde de vez em quando lá se via uma barbatana de fora.

Assim passamos cerca de 2 horas sem que nada se passa-se não ser uma enorme eclosão de pequenos tricopteros,que em vez de voarem, corriam em cima da água a grande velocidade e em todas as direcções,mas as trutas não lhes ligavam nada à superfície,provavelmente estariam a come-los em estado de submiago .

Durante este espectáculo tínhamos-nos apercebido de algumas trutas enormes a patrulhar a margem e a comer subtilmente  numa zona de forte vegetação, mas não sabíamos muito bem o quê!escaravelho(vermelhos nesta zona)dipteros,pequenos tricopteros,subimagos emergentes?o que quer que fosse era muito pequeno e não perceptível!

Estaria-mos a cerca de 20m ,tudo teria que ser feito no maior silencio e subtileza pois qualquer movimento brusco seriamos detectados.O Soares decide-se por uma efémera #18 montada de parachute.
Os primeiros lançamentos em nada resultaram, e a truta continuava a comer, num movimento ondulante deixando á vista a sua enorme barbatana dorsal, sinal inequívoco que estava a comer emergentes.Não demorou muito até que num deles a ataque surgiu.
Tinha começado a luta.O Soares tinha montado um terminal 0,12 e as esperanças de meter esta truta na sacadeira eram muito escassas.
Não me lembro muito bem quanto tempo lutamos com a truta mas foi seguramente mais de 20 minutos, sempre com a ajuda preciosa do nosso "barqueiro"que sempre punha o barco de forma a que não forçar a truta.




a truta esta nas minhas mãos,mas foi pescada pelo Soares  

Finalmente as trutas tinham começado  a comer à superfície por todo o lado.
Mais uma vez avistamos 2 enormes exemplares com a barbatana de fora.Tocou-me a mim tenta-las.Havia que colocar a mosca com subtileza e a longa distancia.
Os primeiros lançamentos tive logo 2 rejeições,levando-me a adrenalina ao máximo.O desafio passaria mais por acertar no tamanho da imitação e no modelo.
Depois de experimentar efémeras troquei para um pequeno tricóptero #18 sempre com o olho nas trutas que continuavam a comer.
Lá saíram os lançamentos e claro está que uma delas não resistiu ao tricopero,mas mais uma  vez a minha aselhice acabou com truta a rebentar tudo.Não era dia para mim!

O dia ia já longo,seriam 20h,pescávamos seguramente à 10h e o sol estava ainda bem alto,teríamos pelo menos mais 4 horas de pesca,e as trutas comiam por todo o lado.Havia eclusões maciças de formigas vermelhas de todos os tamanhos,tricopteros efémeras,era só escolher e lançar.Não era preciso longos lançamentos pois elas comiam mesmo ao nosso lado
Desta vez éramos nós que escolhia-mos as trutas que queríamos capturar!

De entre várias acima dos 40 cm tive ainda oportunidade de pescar os  míticos Salvelinos(char) ou truta do Árctico.


Por volta das 22.30h o cansaço era por demais evidente,sobretudo no nosso barqueiro que apenas se limitava a remar e tirar algumas fotografias,contudo as trutas continuavam o frenesim,com insectos por todo o lado,entretanto as temperaturas caíam abruptamente e em poucas horas desceram próximo dos 3º.

Era hora de regressar!
O regresso foi feito novamente de mochila às costas mas em vez de descermos no jipe optamos por faz os cerca de 8 km a pé para o espanto do nosso anfitrião, que ficou surpreendido por ainda termos força para fazer esta caminhada.

Um dia memorável....e o desejo de lá voltar um dia.

 ©  Fotografias e texto;João Dias

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

VI Torneio Internacional Alva e Mondego




quinta-feira, 23 de julho de 2015

Associação Pedra D`Água

Nova associação nasce em Castelo do Neiva

Cada vez mais é importante reunir esforços e definir estratégias de preservação das recursos naturais,nomeadamente naquilo que a natureza nos ofereceu de graça e Castelo do Neiva é rico nesses recursos.
Tem uma área de costa significativa,com grande potencialidade de pesca de mar,tem uma extensão grande do rio Neiva inclusive o seu  estuário e foz(onde entram trutas mariscas,robalos,solhas tainhas )tem montanha,com vários trilhos pedestres,tem um importante troço dos Caminhos de Santiago,mas sobretudo tem gente interessada em trabalhar numa estratégia conservacionista sobretudo na gestão dos habitats da Fauna do Rio Neiva.



domingo, 12 de julho de 2015

França 2015

Ainda não tendo terminado os post´s sobre a fantástica viagem de pesca à Noruega do ano passado,já nova viagem terminou e novas histórias de pesca há para contar aqui neste blog,é apenas uma questão de tempo.
Depois de algumas hipóteses e com uma viagem à Finlândia praticamente estudada e organizada,inclusive alojamento e toda a logística,à ultima hora vimos-nos obrigados a escolher um destino mais próximo por questões de agenda profissional.
A escolha recaiu nos Pirenéus Franceses.
      

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Rio Mouro continua a saque

À muito tempo que não escrevo sobre os rios Portugueses,não porque não me apeteça ou até por considerar que o tempo gasto que disponibilizo seja em vão,nada disso!sei que muita gente passa por cá e já me tem questionado se não vou continuar a partilhar a minha modesta opinião.

Hoje decidi falar-vos um pouco do Rio Mouro,que me marcou profundamente como pescador,pois foi o primeiro Rio que pesquei fora daquele que me viu nascer,o Rio Homem.

A minha experiência de pesca no rio Mouro reporta-se aos anos 80 quando ainda permanecia na incógnita das grandes massas dos pescadores e o seu nome apenas era conhecido por uma restrita franja de amantes deste desporto.

Era um rio fabuloso em termos de património truteiro,mas não só,uma quantidade significativa de Salmões procuravam estas águas para a desova.Já então,o Dr Pinho(famoso médico de Monção) lá pescava à pluma tendo criado pelo menos três troços privados(!)de rio,dois no Mouro e um no Sucrasto,seu afluente,este eleito por muitos Salmões e Trutas Marisca para a desova.

As infraestruturas rodoviárias de acesso ao seu vale não eram as que existem hoje,embora a as estradas camarárias permaneçam praticamente iguais em todo o vale;Merufe,Tangil,Riba de Mouro,Gave e por aí acima até à nascente em Lamas de Mouro,era sempre preciso longas horas para fazer cerca de 200 km.

Na década de 90,com a grande globalização,toda a gente começou a ter carro,subsidio de desemprego,regalias sociais e sobretudo muito tempo livre e grande parte dedicou-se à pesca das trutas em freguesias onde não existiam outros meios de emprego.

Com o turismo de natureza a crescer exponencialmente,sobretudo no planalto de Castro Laboreiro,uma parte substancial de jovens,e não só,dedicava-se à pesca das trutas que posteriormente vendiam   a  empresários  restauração para  aos famintos Galegos e a alguns Portugueses,inclusive guardas do PNPG,tal como presenciarei várias vezes em determinado restaurante em Castro Laboreiro.

A fama das trutas do Rio Mouro era tal nessa altura que diziam que quanto mais pequenas fossem melhor seriam em termos de sabor.

Aliás uma outra referencia gastronómica,o famoso presunto,se perderia para sempre em Castro Laboreiro com a aldrabice dos presuntos vindos do outro lado da fronteira e vendidos a peso do ouro como sendo produtos endógenos(mal sabiam que estavam a matar o sustento dezenas de famílias e o seu próprio negócio.

Toda a gente da região sabia disto e nada foi feito para parar esta atrocidade,levando o rio à praticamente esterilidade.

Deixei de lá pescar à cerca de 4 anos por considerar que visitar determinados lugares me provocavam nostalgia e até um certo mal estar espiritual.

Muitas foram as vezes que ponderei lá voltar,até porque queria ver se o Rio tinha dado sinais de recuperação,mas quando passava pelas redes sociais e via que o Mouro era a "a prostituta mais concorrida"desistia logo.

Na semana passada ganhei coragem e fiz-me à estrada.No meu Jipe levava todo o meu material inclusive algumas montagens novas que queria experimentar,e levada também um enorme desgosto por saber de ante mão que não iria ter grandes sucessos e regressaria frustrado,porque sabia que nos últimos dias  este troço superior do rio estava a ser consecutivamente  fustigado por pescadores da minhoca onde levariam tudo o que apanhavam.

Deixo aqui algumas fotografias de um troço que outrora foi um dos melhores que conheci em Portugal,mas que apesar dalguma recuperação está ainda muito aquém das suas potencialidades....











segunda-feira, 13 de abril de 2015

River Rena

Este era sem duvida mais um dos míticos rios Noruegueses  que não poderíamos deixar de pescar;o Rena,famoso pelas suas grandes trutas e tímalos.


É um rio fabuloso e grande!comparado aqui ao nosso rio Minho ou mesmo o Douro.

O dia anterior tinha sido um dia cheio de adrenalina,bastante longo e cansativo,pelo que a jornada começou já um pouco tarde.

O objectivo era,mais uma vez,pescamos uma famosa zona de fly-fisching


Depois de alguma confusão para obter as respectivas licenças diárias,porque a sede do clube detentor da concessão não se encontrava ninguém.

Havia uma alternativa que passava por adquirir o papelinho numa casa particular,algures junto ao rio.
Não foi fácil encontra-la!e mas difícil foi perceber o dialecto local,pois a senhora que nos recebeu,apesar de ser muito simpática,não falava Inglês...coisa que não se resolvesse rapidamente,porque escrever Português na Noruega é como o Português escrever Chinês,então a alternativa passou por nós mesmos preenchermos o formulário

Como sempre antes de iniciarmos as jornadas passamos pelo rio para aferir as condições que iremos encontrar.Nesse dia fizemos como de costume,antes de obter as licenças fomos ver o rio.....Não havia ninguém!olhamos um para o outro e sem dizer um única palavra pensamos,só nós e os peixes....
Puro engano;quando chegamos já lá estavam vários pescadores.



Tudo era novo-um rio com um caudal enorme,trutas enormes....o coração a palpitar por saber que estaríamos a pescar um dos ícones do fly-fisching mundial.

Tão grandioso como a ponte de arame construída de propositadamente para os pescadores.

Estava boquiaberto e sem saber o que meter na ponta da linha!ninfa?tamdem?strimer?seca?....nada...contemplar o rio já era uma grande satisfação....
Assim passamos mais de 45m sem reagirmos a montar qualquer coisa.
Entretanto os pescadores começaram a aparecer,não se sabe bem donde.Só depois nos apercebemos que estavam acampados ao longo do rio,o que é habitual por lá.
Não havia actividade nenhuma no rio embora aparecessem algumas eclusões de efémeras mas os Timalos e as Trutas não estavam com a cabeça virada para cima.
Tentamos de tudo mas a grade estava sentenciada para mim,apenas o António tirara uma pequena truta.

A zona é muito bonita e bastante povoada de Castores que vão roendo as várias árvores ao longo das margens do Rena.




A zona é também conhecida da II guerra mundial como atesta este memorial junto ao rio








  

terça-feira, 31 de março de 2015

River fly-chop

Os blogs servem também para a partilha de ideias e de novas lojas que vão aparecendo.
A River Fly é  uma loja de pesca e é bom exemplo disso,com uma boa diversidade de produtos e com preços atractivos.
Merece bem uma visita atenta.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Fly Fishing Gin-Clear Water

Não é preciso recorrer a grandes produções para demonstrar que em Portugal também se pode ter grandes momentos de fly-fisching com enorme qualidade....



https://www.facebook.com/bluetailfilms/photos/a.496988546998667.117378.178053158892209/917867648244086/?type=1&theater

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Glomma um rio de eleição


Era Domingo-por voltas das 10 h da manha  o termómetro do lado de fora da janela marcava -3º. Saímos para fora e a sensação era de que não estava frio nenhum e aquele aparelhometro velho estria avariado.

Tenhamos em mente pescar um dos mais emblemáticos e famosos  rios do centro da Noruega,o Glomma,famoso pelos seus grandes exemplares de Timalos e Trutas.


Já levávamos o trabalho de casa feito-pescar um troço de 17 km exclusivo para pesca à pluma muito bem   gerido pelo Kvennan Fly Fisching.

Para lá chegar  era necessário percorrer cerca de 15 km e atravessar uma serra cheia de neve.
Ao entrar no carro só aí nos apercebemos que o termómetro não estava nada avariado e à medida que íamos subindo a neve caía com mais força.

Sabia-mos que relativamente às licenças não haveria muito problema pois elas podiam ser obtidas através de sms(coisa impensável em portugal nos próximos anos) ou então nos postos de gasolina existentes nas zona de Tynset
Tinha-mos bem e a noção de que estava-mos a pescar uma das mais turísticas zonas de Fly-fisching do interior da Noruega,com inúmeras Lodges apinhadas de pescadores e nesses lugares não poderia-mos pescar.
Depois de fazer-mos um reconhecimento praticamente de todos os acessos ao rio,verificamos que a pressão era enorme,e não eram Noruegueses,pelo que nos apercebemos eram pescadores estrangeiros alojados nos ditos Logdes.

Não havia motivo de preocupações pois o Glooma é um rio muito grande,comparado ao nosso Minho,mas com características diferentes,pois é vadeavel praticamente por todo ele e tem muito peixe.

Começamos já tarde(nunca é tarde pois o dia em Junho por estas paragens é até cerca da 01 h da manha).Tudo era novidade,quer as moscas que funcionariam,quer o comportamento dos peixes.

O tempo estava escuro,por vezes o sol aparecia,mas o cenário era mais para nevar duque para o sol aparecer.A temperatura era 3,4º ,mas nem por isso afectava a actividade dos peixes e .insectos.

Havia eclusões brutais e maciças de efémeras e tricópteros de todos os tamanho e cores-estávamos extasiados-os peixes comiam por todos os lados,alguns a morderem-nos os calcanhares.

As capturas não se fizerem esperar,uma truta para mais de 40/45 ataca um a efémera na cana do Antonio.

Assim começou aquilo que seria um dia memorável.








Muitas peripécias e capturas surgiram durante esta longa jornada que acabou por volta das 10 horas da noite(dia) já  vencidos pelo frio e pela fome.

Regressamos ao conforto com um sorriso de orelha a orelha para um banho quente e  comer uma sopa retemperadora,que eu havia preparado na véspera.

Deixo aqui um link dum video realizado no mesmo troço e data em que nós estivemos lá.
Pode-se ver a quantidade de moscas que passam na água e os peixes a subirem num frenesim.
Isto é o que   melhor ilustra este fabuloso  troço de rio,onde pelo menos uma vez na vida qualquer pescador de mosca deveria visitar....eu penso regressar um dia....
http://www.kvennan.com/video/video_2014_003.htm