quinta-feira, 14 de novembro de 2013

De regresso ao Gerês




O  prometido  verão de São Martinho está aí e é sempre pretexto para uma longa caminhada apesar dos dias serem já bastante curtos.


As saudades já eram muitas, principalmente a falta daquela sensação de caminhar no silêncio da serra e ouvir a minha própria respiração naquelas subidas mais ingremes que posteriormente são sempre compensadas pelas magníficas paisagens que os píncaros do Gerês nos proporcionam.


A vontade de regressar à milenar mata do Ramisquedo era um dos lugares que ambicionava a muito tempo, por ser um lugar que eu particularmente gosto.
Já por lá tinha andado a alguns anos atrás e queria sobretudo ver como ela tinha evoluído depois do grave incendio a que foi sujeita no verão de 2011.


Este não é um daqueles trilhos considerados de dificuldade elevada, a não ser alguns picos mais agrestes, como a subida para a Cruz do Touro, mas é sempre um daqueles em que a forma física tem que estar em boa condição para fazer os cerca de 16 km em cerca de 6 horas.



Caminhar pela Serra Amarela é lembrar as gentes de Vilarinho! É ter a sensação de estarmos num lugar sagrado onde os espíritos da mítica e submersa aldeia pairam sobre os vários currais espalhados pela árida serra,mas também,por outro lado,tentar perceber como eles viviam em comunidade onde os seus habitantes lavravam as suas próprias leis isolados do mundo.
Aqui fica um dos poucos documentários existentes desta singular comunidade. 


Caminhar no interior da Serra Amarela é um verdadeiro privilégio para quem quer ver de perto algumas das espécies que muitos julgam estarem instintas no Gerês como as Cabras selvagens,os corsos ou algumas rapinas.Nesta incursão avistamos 4 corsos,um rabanho de cabras selvagens com mais 10 individuos e uma rapina que não tenho a certeza se era uma águia.