sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Concessão no alto Rio Lima


 CONCESSÃO DE PESCA NO RIO LIMA E RIO DA PONTE
CLUBE DE CAÇA E PESCA DA FREGUESIA DO LINDOSO

Nova Concessão atribuída,desta feita no alto Lima.
 quem já pescou este troço sabe que não pertence às coisas terrenas- é o Paraíso

Mais uma vez é com agrado que verifico que  a convergência entre ICNF-IP e as associações sediadas em pleno PNPG tem-se pautado pelo entendimento no que diz respeito à pesca.Já o mesmo não posso dizer em relação a uma luta,sem fim à vista,relativamente às  taxas (152€) cobradas por um simples pedido de autorização a quem quer usufruir algumas zonas do PNPG.

Outra coisa que nunca compreendi é o facto de haver 2 pesos e duas medidas dentro do Parque,uma para caça e outra para a pesca.A caça,mesmo dentro de  áreas sensíveis, sempre foi permitida e com graves danos ambientais,tais como envolcros feitos em materiais de difícil decomposição ,espalhados pela serra e  para já não falar do ruído dos tiros que cortam o silencio da serra.....
Senão vejamos aquilo que os ambientalistas dizem,por exemplo aqui;
" João Branco acrescentou que um dos pontos negativos dos regulamentos é o facto de se poder caçar em áreas protegidas, como os parques nacionais e naturais. "Tanto se pode caçar no Gerês como em Montesinho como no Alvão. Em termos cinegéticos, as áreas protegidas são iguais às outras. Acabam por não proteger absolutamente nada", lamentou.João Branco .http://www.esquerda.net/artigo/ca%C3%A7-governo-permite-abate-de-esp%C3%A9cies-em-vias-de-extin%C3%A7%C3%A3o

Nada tenho contra os caçadores,apenas tento defender aquilo que me diz respeito que é a pesca sustentada e sustentável dentro de uma área que pertence a todos e como tal deve de ser usufruída  por todos da  mesma forma.    
Enfim,bem sabemos porque isso acontece(muitos dos responsáveis pelo Parque são caçadores,incluindo alguns dos mais altos responsáveis do actual governo) ver por exemplo aqui

Mas falando sobre esta concessão ,que eu conheço como as palmas da minha mão,posso afirmar que para mim, de todas as que conheço esta é uma das mais belas em termos de paisagem e biodiversidade,com fortes probabilidades de se encontrar águias,raposas,grandes trutas,grandes barbos,um carvalhal milenar,enormes e perigosas gargantas,só ultrapassáveis com o  conhecimento milímetrico de estreitos carreiros por entre precipícios lavrados pelos pastores.

A sua extensão é de cerca de 5 km e compreende-se  entre a albufeira de Touvedo e a albufeira do Alto Lindoso
                        muitas vezes pesquei esta garganta sósinho

Toda ela percorre uma escarpada garganta com grandes declives,onde o rio mantém um caudal mais ou menos constante porque é regulado pela  barragem  do Alto Lindoso. Contudo,no Inverno e Primavera este caudal sobe significativamente por consequência dos tributos do rio Adrão ,também ele alvo de Concessão ,na sua margem direita e o rio da Ponte (Sardinha como muitos o conhecem)na sua margem esquerda.

Não conheço ainda os moldes em vai assentar  esta concessão,mas esperemos que seja gerida com a consciência e privilegie sobretudo a pesca sem morte,pois tem excelentes condições para tal.Esta,poderá em poucos anos,ser uma referencia a todos os níveis para os pescadores,basta para isso que os seus gestores percebam que tem em mãos um diamante bruto para lapidar pois este é dos melhores troços de rio para explorar....vamos esperar! 
Fotografias©João Dias

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

De volta ao Gerês profundo

Depois de largo interregno nas grandes caminhadas pelos velhos  trilhos do Gerês,muito por culpa da época truteira se ter prolongado mais este ano,chegou a época das grandes caminhadas.

Depois de sucessivos adiamentos por culpa das condições climatéricas não serem ideais,ontem estava decidido a caminhar.

Tinha em mente ir aos prados da Messe e se tudo corresse bem ir mais além.O dia estava ideal para uma longa caminhada.
Em princípio era para ter feito a caminhada sozinho mas à ultima  hora tive a companhia do Macedo.
Começamos no já tradicional trilho que parte da Portela de Leonte,subindo até ao Mourô seguindo as velhas(algumas novas)mariolas em direção ao Borrageiro.


Não demorou muito a chegar ás lamas de Borrageiro e Lomba de Pau.Apartir daqui era flectir para a direita e subir o vale até avistar o Conho e o vale do ribeiro do Porto das Vacas tendo como pano de fundo as imponentes Fechinhas e o "farol" altaneiro do Cantarelo.


Aqui a serra é mais rude e agreste dando-nos uma outra perspectiva da imensidão dos grandes glaciares outrora dominantes desta imensa área.


Passamos e visitamos o Conho,com as suas pastagens muito verdejantes e seu imponente penedo,a sua cabana muito bem estimada e com vestígios de ter sido ocupada recentemente,provavelmente por caminheiros de muito bom gosto a avaliar pelos restos do repasto e do vinho de qualidade bebido...pena foi que só lá ficou o vidro,pesaria menos a garrafa vazia....enfim!
Havia também uma cama de urze,lenha recentemente queimada,um par de meias femininas e algum lixo recente.
 
Dali  aos Prados da Messe é um tirinho onde aproveitamos para repor forças e delinear estratégias para o resto do dia.
 Messe,ainda muito verdejante.
Prados Caveiros


Os dias começam a ficar curtos pelo que arriscar aventuras em terrenos desconhecidos por estas alturas pode muito bem ser arriscado.
Avaliamos e ponderamos o regresso,ou pelos prados Caveiros e descer a Costa da Sabrosa ou regressaria-mos mais ou menos pelo mesmo sitio da subida.
Nem discutimos muito,optamos por descer a Costa da Sabrosa.

É só descer esta encosta....muito fácil...será?prefiro subi-la a desce-la.
 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Sons do Minho

De vez em quando deixo aqui um ou outro post sobre uma paixão que tenho desde menino-o folclore Alto-minhoto.
Não o faço só pelo prazer pessoal que tenho em actualizar o blog mas também para dar a conhecer um pouco da cultura e tradições da minha cidade,Viana do Castelo,a quem gosta de cá vir e é de Países tão longínquos  como Canadá,USA,Brasil ou mesmo alguns Asiáticos e Africanos.

Dentro desta paixão,ao longo dos anos,tenho vindo a conhecer  e a somar grandes amizades dentro desta área,conhecendo uma grande parte daquilo que,na minha modesta opinião,se de melhor  faz dentro dos grupos,uns já veteranos,outros não tanto....e recordo com saudade e nostalgia o já extinto Cantares do Minho  ou mesmo a Festada Minhota do meu querido amigo e grande musico Alcino Amado.



Os Sons do Minho são o  exemplo disso e das tradições culturais do Alto Minho,onde a sua identidade,e  a matriz   das  musicas folk,nunca descoroaram(sempre como pano de fundo)a Cidade de Viana do Castelo.

Vi nascer este grupo,composto por músicos profissionais(quando digo profissionais não me refiro a amadores mas sim a carreiras,algumas das quais académicas)de grande qualidade

Claro está que o resultado disto só poderia dar em trabalhos de grande profissionalismo. .



Uma vez mais terei o privilegio de tocar com eles no dia 17 em mais uma grande festa
Um grande abraço a todos os músicos 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Albufeira de Vilarinho da Furna reabre com concessão

Depois de longos anos fechada ao exercício da pesca  pelo PNPG a Albufeira de Vilarinho da Furna reabre com a atribuição de uma concessão.
Esta está a cargo Clube de Caça e Pesca do Campo.
Importa ler com atenção o Edital  pois zonamento da área concessionada refere-se apenas a jusante da foz do ribeiro do Sarilhão,na margem esquerda e do ribeiro de Vilarinho da Furna na margem direita.
                                                 Albufeira de Vilarinho da Furna

Quem conhece a história desta barragem facilmente a associa à famosa aldeia comunitária de Vilarinho da Furna desaparecida e engolida pela subida das águas da barragem em prol do desenvolvimento do País.
Vale a pena conhecer um dos raríssimos documentários feitos nesta fechada comunidade
   


Esta é sem duvida uma boa notícia para os pescadores,principalmente os amantes do spining,porque esta Albufeira alberga grandes exemplares de truta fário e nunca foi alvo de repovoações,mantendo assim intacta a identidade genética das trutas.
                                                          Serra amarela

Depois,esta concessão beneficia do enorme entorno turístico,com trilhos pedestres,boas unidades hoteleiras e uma gastronomia de eleição,basta para isso que os seus gestores criem parcerias com outras identidades que operam na zona,nomeadamente empresas de turismo de Natureza.
                                                            rio Homem
  

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Concessões de pesca proliferam

Quem estiver atento ao que se passa no site do ICNBF facilmente percebe que este foi recentemente renovado com novo grafismo,nova imagem e fácil leitura dos menus.
ICNF
Mas não foi esse o motivo principal deste post, mas sim o velho tema das concessões.
Estas nos últimos meses tem-se proliferado com atribuições,um pouco por todo o País,incluindo várias nos últimos meses dentro do PNPG.

E é precisamente por aí que mais me interessa divulgar ou  debater troca de impressões e ideias.

Desde à muito sei,por intermédio de responsáveis de ICNBF,que dentro da área geográfica do PNPG  a ideia principal passa por entregar a gestão dos Rios e Albufeiras às associações e clubes de caça e pesca mantendo assim fechados os restantes troços de rios fora das respectivas áreas concessionadas.Sei também que estas concessões são  incentivadas  e entregues,por parte do ICNBF-IP em processos já previamente estudados,a clubes de caça/pesca,quase sempre  sem grandes recursos económicos para suportar uma gestão adequada à manutenção dos recursos públicos a que lhes são confiados.

No meu ponto de vista e grande conhecedor do Parque(nasci no sopé  da Serra) esta será uma boa medida para controlo dos pescadores e regulação da pesca mas põem em causa e levanta várias questões.

O principal problema  passa pelo controlo de acesso aos pesqueiros por parte dos sócios dos respectivos Clubes aos restantes pescadores.
Um outro problema se nos depara é nomeadamente a dificuldade em obter as licenças diárias,uma vez que a maior  parte das  vezes os detentores das concessões não tem site ou telefone onde qualquer motor de busca possa ir buscar informação
Por outro lado,a falta de rigor no site do ICNBF-IP em não obrigar o concessionário a divulgar o contacto(e-mail/telefone) é uma das maiores dificuldades para quem quer obter informações sobre uma visita bem planeada.
A implementação dum  sistema on-line para obtenção de licenças é,na minha opinião,fundamental para um bom funcionamento e racionamento/equitação das licenças que poderá ser efectivamente sediado no próprio site do ICNB-IP.
 

Enfim,é urgente regulamentar a anarquia que subsiste na pesca à truta em Portugal onde,existem inúmeros recursos subaproveitados e sobretudo uma grande falta de mentalidade de grande parte dos pescadores actuais....
É tempo de todos nós nos unirmos para a boa gestão de uma pesca sustentada e tentar de uma vez por todos por Portugal na rota do turismo da pesca da truta....condições e rios não nos faltam.



terça-feira, 23 de outubro de 2012

Encontro Internacional Lagoas da Serra da Estrela

Pescar nos lagos da Serra da Estrela era para mim,de certa forma novidade,sobretudo quando não se sabe muito bem as condições atmosféricas que se vai encontrar na alta montanha,mas também um dilema sobre o material a usar.

De facto as previsões de bom tempo acabaram por se confirmar,com um dia outonal,temperaturas agradáveis e com algumas nuvens,por vezes a  encobrirem o Sol.
Alguma neve na Torre e nas imediações mas sem aquele vento,esse mesmo que todos nos lembramos quando visitamos os píncaros da Serra da Estrela,que nos corta as orelhas e nos põe a ponta do nariz vermelha.

Cheguei já tarde,por volta das 11h e já os participantes pescavam a muito tempo.
Não perdi tempo e montei uma cana de 10 pés com linha #5.

Havia alguma  actividade à superfície,pelo que se impunha experimentar uma seca,mesmo sem tão pouco saber com que os restantes participantes estavam a utilizar.
Optei por um tricóptero grande #12 de cor clara.Não tardou a surgir o primeiro e violento ataque,sem que tivesse cravado,estava assim lançada a jornada de pesca.
Entretanto o Ruizinho(meu companheiro de viagem) faz a primeira e linda truta na casa dos trinta,justamente com um tricóptero igual ao meu que por sinal tinha sido eu a oferecê-lo.


Assim pescamos cerca de 2h até ao almoço sem mais nenhum resultado prático,apenas a minha falta de experiência nos strimers,onde 2 trutas entram e os levaram,muito por azilhiçe minha e não  do 0.14.

Depois do excelente almoço servido na casa do club da appse foi conduzido à sede da associação pela direcção  para a conhecer e ver a estrutura do centro de interpretação da truta da Serra da Estrela onde a direcção me recebeu muito bem e me explicaram todo o funcionamento.

                             
De parte da tarde,já os colegas pescavam à muito,mudei de estratégia e decidi montar um tanden composto por  um tricóptero e uma pequena ninfa.

Para mim foi a receita certa,com as trutas a entrarem bem,quer na seca quer na ninfa.
Das várias capturas(mais de 10) fica o realce desta arco-íris  que entrou na ninfa e deu uma enorme luta ao ponto do Ricardo ter que ir meter o camaroeiro dele para a tirar da água.




Ironia!não tardou muito a ser eu a ajuda-lo com o meu camaroeiro para sacar esta bonita Fário,que subiu e atacou um pequeno tricóptero(#18) montado em parachut....era provavelmente o troféu do dia(não tenho ainda dados das capturas) sinal de que a teoria de que as trutas grandes não comem moscas pequenas não se ajusta à realidade em determinadas condições.Isto já o meu amigo Philip Maher 
me dizia e comprovava com trutas acima dos 60cm pescadas e embalsamadas à seca nos Rios da Irlanda.

No final do dia estava reservado um dos pontos altos deste evento-uma divinal sopa a que eu chamaria "sopa do pastor" onde os produtos autóctones se sobressaiam sendo o seu principal segredo,muito bem cozida e com tempero no ponto certo,mas uma sopa assim só tem o devido valor se estiver bem quente- e estava!seguindo o prato principal, uma espécie de bacalhau à Gomes de Sá,mas que a receita nada tem a ver com esta iguaria,chamando-se Bacalhau à M. Assis.Divinal!
Esta é  uma daquelas receitas ancestrais,que eu tenho vindo  sistematicamente  a alertar para o seu esquecimento em detrimento de uma gastronomia gourmet ou mesmo de fast-food....como profissional e amante da nossa cozinha tradicional e ao mesmo tempo ancestral,fico muito satisfeito em encontrar pratos assim....
Ir à Serra da Estrela e não trazer um bom queijo seria fazer uma visita incompleta por isso o proprietário do Restaurante Varanda da Estrela fez questão de escolher 2 bons queijos para eu degustar com os amigos-um grande abraço para ele!muito obrigado!
 
 Fotografias©João Dias


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Pelos Rios de Leon III

Finalmente iria pescar em Leon e logo um dos Rios mais carismáticos,o Porma.

Seguimos o conselho do Tomás Gil par pescarmos num lugar lindíssimo com uma zona de lazer muito bem cuidada e aprazível com várias infraestruturas desportivas e um enorme bosque composto de trilhos e arvores de grande porte....uma maravilha!
  
Ao chegar vimos logo algumas trutas a comer à superfície,sinal de que pelo menos teria-mos a sorte de apreciar a sua actividade.

O rio,todo ele,apresenta uma sequência de correntes moderadas e pouco profundas o que permite vadear  sem dificuldade,também é bem aberto e com boa largura.
                tenho visto esta ponte em vários sítios e Livros de pesca

Pescamos lado a lado como sempre,eu da esquerda e o Macedo da direita,começamos com pequenas efémeras(#18/20) com os primeiros lances a sair para junto das margens.
O resultado não tardou a aparecer,justamente para o meu lado,na primeira passagem por baixo de uns ramos,um brutal ataque surge,sem que eu consegui-se cravar....estava lançado o mote para uma tarde em grande.
De seguida a meu colega começa a cravar a primeiras trutas.

  esta foi a minha primeira por terras de Leon(não é grande mas é igualmente bela)
Assim passamos cerca de 3 horas com várias capturas sobre o olhar atento de uma senhora que não perdia pitada daquilo que ia-mos fazendo dentro do rio.
Chegados a uma corrente mais funda,que anteçede uma grande tábua,pareceu-nos local ideal para estar uma boa truta.
Coube ao Macedo por junto a umas raízes a  pluma e logo uma truta acima 30cm atacou,era uma linda e bem nutrida truta do Porma.Entretanto eu resolvo montar uma pequena ninfa e experimentar a mesma corrente,uma série de trutas entraram só nessa corrente(não as contei mais de 5 e uma acima dos 30Cm) e algumas em locais onde o Macedo já tinha passado.
 Afinal elas estavam a entrar muito bem nas ninfas!


A jornada já ia longa e  começávamos já acusar o cansaço de um dia em grande,até porque tinha-mos à nossa espera uma excelente posta de Novilho no Restaurante do irmão do Tomás(LAS COLINERAS),que nos recebeu,mais uma vez,com uma enorme simpatia e profissionalismo 
                                            Restaurante Las Colineras